(Quando pensei em fazer o colégio militar e alistar-me no exercito, mas não deixaram... Ainda penso nisso algum dia...)
Trouxe um recado para aquele que está distante:
Venho de longe com esse papel,
Trago nas mãos as marcas,
No corpo o cansaço da viagem,
Os olhos gastos do sol,
As pernas doloridas da estrada.
Venho dizer-te a falta que fazes,
Eu não sou daqui, mas navego pra ver-te,
Do outro lado da terra,
Sem visão de conquista.
Não trago um desejo,
Nem tão pouco um aviso,
Não peço um favor
E não sou ninguém para ordenar coisa alguma.
Nesse papel não conto as besteiras que fiz
Nem tão pouco as que vou fazer.
Não me preocupo com o que vais pensar,
Estou pouco ligando com o que vais achar,
Não há nada de errado em mim,
Posso até parecer anormal,
Mas parecer não é ser.
Sei que estás com medo,
Eu também ficaria,
Mas acredite-me sei a dor que causa um corte no dedo,
Ou um soco no estômago.
Ou sofrer sem causa, e até mesmo sofrer porque merece.
Quando um soldado desonrado rasga a farda,
Não é porque é covarde, mas sim porque tem coragem.
Não é fácil dizer-te o que vim dizer,
Eu poderia até sofrer contigo pelo passado,
Mas o recado que trago comigo é alegre.
Porque choras?
Não vim dizer nada que não queiras,
É apenas um recado, meu mesmo,
Um recado antigo, pensado e refletido,
Um pedaço de papel que trago no bolso,
Tão pequeno, mas ainda assim quero te dar,
Não vale a pena chorar,
Não vale a pena sofrer,
No papel nada tem, porque o nada é mais sugestivo do que as palavras más,
Venha aqui, não vá pra longe.
É apenas um recado, existe um segredo que eu não sei qual é,
Não fuja de mim, não vou te machucar,
É um segredo qualquer que não vale a pena contar,
É um pedaço de papel que nada vai revelar,
Mas é um recado feliz de quem cansou de chorar.
Você sempre assim... com essa sensibilidade e maturidade.
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