domingo, 16 de setembro de 2012


Um Desabafo diante de tudo? Talvez sim...


Primeiro de tudo convoco aos que leem a um curso de leitura!  Não que você esteja me lendo mal, de forma nenhuma, mas ler por ler não é ler. No nosso país como um todo vivemos um momento de calamidade na leitura e esse ranço tem acompanhado todo o sistema educacional. Lê-se bem o be-a-bá, se junta bem cada sílaba de uma palavra, soletra-se bem cada letra do alfabeto, mas tudo isso junto forma um texto, contexto que muitos hoje não são capazes de entender. É o que chamamos de analfabetismo funcional, lê-se bem, mas entende-se mal.
Então para começar, entendo a necessidade do retorno à literatura, não essa literatura macabra que aliena, aborta e mata o pensamento, mas a literatura clássica, pesada, carregada de entendimento, que acrescenta!
Os jovens hoje leem mais as redes sociais do que qualquer outra coisa. Se na escola sugere-se a leitura de um livro estilo Lispector, Machado de Assis, José de Alencar, pega-se um resumo na internet e acredita-se que leu uma grande obra. É por isso que quando se escreve nas redes sociais uma frase como a de Nietzsche "De uma vez por todas, muitas coisas eu não quero saber. A sabedoria traça limites também para o conhecimento” interpreta-se que o conhecimento não precisa ser buscado e na verdade o autor é claro em dizer que quem impõe o limite ao conhecimento é a sabedoria e, para o bom entendedor, sabedoria significa: grande fundo de conhecimentos, saber, qualidade de sabedor, prudência, ciência e razão. Para entender essa frase poderíamos esmiuçar cada uma dessas palavras. O que nos falta é na verdade discernimento.
Porque essa introdução toda? Porque você é leitor! Vinte e quatro horas por dia você lê e, no mínimo, exige-se de quem lê, o entendimento do que leu. Portanto esclareço que esse é um texto livre, de protesto talvez, um texto que se baseia em princípios, um texto que exige de quem o lê, no mínimo, um aguçado leque de interpretações que estejam coerentes com o que está sendo dito.
Eu fico a imaginar o quanto a literatura e a filosofia é importante na vida de um livre pensador. E digo, livre pensador, de forma destacada, porque tem muito pensador alienado que se diz livre. A literatura ensina a interpretar e a filosofia a pensar.
A democracia nasce na Grécia, considerada o berço da sabedoria. É de lá também, que se ouve falar na polis, em cidadania, em cidadão. Mas vamos abrir ainda mais esse leque?  Não existe democracia, nem tão pouco cidadania, menos ainda cidadão que constitua uma polis se não houver sabedoria. Existe outra palavrinha grega também muito importante: ÉTHOS que é a nossa velha amiga aportuguesada ÉTICA. Sinceramente, era exatamente nesse ponto que pretendia chegar. Ética nada mais é do que uma parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral, além de ser um conjunto de regras de conduta.
Entristece-me um povo que se diz democrático, com liberdade de expressão, no qual não há censura (Graças a Deus), não ser ético. É incompreensível tal absurdo, e mais incompreensível ainda, quando esse mesmo povo se diz pensante! Para ser democrático, cidadão, livre pensante, não alienado, ter liberdade de expressão em princípio deve ser um povo ético.
Já se dizia um ditado que meu direito se acaba onde começa o seu. Já dizia outro ditado, que gostar talvez até não goste, mas respeito é um direito de todos. Sabiamente Cortella em uma entrevista ao apresentador Jô Soares sintetiza tudo o que tenho dito aqui da seguinte forma: “Ética é um conjunto de valores e princípios que nós usamos para decidir as três grandes questões da vida: Quero? Devo? Posso?”.
Analise aí, querido leitor, aplique suas atitudes dentro dessas três perguntas fundamentais: Quero? Devo? Posso? Agora, dentro dessas perguntas estendam-se os seguintes princípios: Seu direito acaba onde começa o meu! O respeito é o direito de todo cidadão, seja ele o maior poço de doçura até o sanguinário assassino (e respeito não quer dizer não revoltar e desejar justiça, que fique claro. Mas isso é tão nítido que até o serial killer tem direito de defesa no processo judicial). Mas ainda não acabou, estenda ainda nessas três perguntas a liberdade! É... minha liberdade e sua liberdade de escolha. Já dizia o filósofo iluminista Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”.
Diante de tudo isso, entenda que “existem coisas que quero, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não quero”. Resume-se aqui toda nossa ladainha. A paz de espirito é alcançada quando o que você quer é o que você pode e é o que você deve.
Que rodeio todo é esse que tem sido feito para se chegar até aqui? Poderia explicar? Sim... Claro... explico. Primeiro com uma afirmação: TUDO PASSA! E isso é Bíblico. É também filosófico, Heráclito diz que “um homem não se banha duas vezes no mesmo rio” isso porque nem o rio e nem o homem são os mesmos. Chegará o dia em que tudo passará.
Segunda afirmação é que quando tudo passar, nem o rio será o mesmo, nem o homem, isto é, tudo estará mudado. Porque as palavras marcam e as atitudes transformam. O Homem será marcado e suas atitudes o transformarão.
Uma das grandes máximas de Nietzsche é “torna-te aquilo que és”, é um apelo ao momento maior de ética humana. Muitos tornam aquilo que és quando ganha poder, ou quando se torna inimigo, ou quando se torna amigo.
Outra máxima ainda: “Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.”. Olha a enormidade do perigo que se faz lutar com monstros, cuidado para não se tornarem monstros também.
 Então olhem só: Vamos acabar com todo esse lenga lenga e vamos a moral da história. Quando tudo isso passar ficarão algumas perguntas que eu as faço desde já:
1) O que restará das palavras e atitudes que não mais retornam e que violaram os direitos, a ética, a moral de um contexto conquistado historicamente por gerações e mais gerações?
2) O que restará daqueles que finalmente “tornaram aquilo que és”?
3) Para onde irá os direitos de cidadão conquistados na ágora grega?
4) E a ética?
5) E os direitos garantidos por lei na Constituição Federal explicito em seu art 5 e respectivos incisos, não são mais obrigatórios?
6) O que ficará de tudo o que se vê, se ouve e se fala depois que tudo passar?
7) Alcançará todos uma paz de espírito ao ponto de dizer fiz, falei, agi, porque quis, porque posso, porque devo?
8) E de tudo o que ficar, serão restos ou serão éticos?
Posso ir mais adiante e aprofundar tais questionamentos para um campo mais sentimental:
9) E depois que tudo passar, depois que tudo foi dito, depois que foi ouvido, diante de tanta palhaçada, em nome de um fanatismo grotesco, quem ficará?
Já dizia mais uma vez o filósofo iluminista “fanatismos levam a histerias coletivas que, por sua vez, geralmente têm consequências desastrosas”. Em nome dele (fanatismo) mancha-se amores, exemplos, vidas, amizades, destroem-se laços, ferem-se a moral, a ética, a história, o contexto, a época, os conceitos de um povo, enjaulam-se pensamentos, corta-se a tênue linha que separa ditadura e democracia. É por isso que deixo aqui o apelo Nietzschiano “precisa-se de educadores que sejam eles próprios educados, espíritos superiores, provados a cada momento, provados pela palavra e pelo silêncio, de culturas maduras, tornadas doces (...) Faltam os educadores, fora as mais raras exceções, a primeira condição para a educação” e entenda-se aqui educador como sendo não só o professor, mas todo membro social que tem por obrigação educar.
Fecho minhas palavras para os bons leitores que suportaram o meu rodeio e até aqui chegaram, a resposta para todas as perguntas que ficaram feitas anteriormente, ou ainda, para aquelas que estão aí fervilhando em seu íntimo (porque essa é minha função de escritora, incomodar, colocar uma borboleta batendo asas em seu estômago, fervilhar seu pensamento, estimular seu senso crítico, propor perguntas mesmo que não lhe dê as respostas): Quando tudo isso passar, nem o rio nem o homem serão os mesmos! Feliz será aquele que fez, disse e agiu porque queria, porque podia e porque devia, resumindo: Feliz será aquele que preservou seus princípios morais, religiosos, políticos, sociais, culturais e éticos!



quinta-feira, 17 de maio de 2012

EXPECTATIVA EM CAETITÉ


EXPECTATIVA EM CAETITÉ
(ELOÍSA CECÍLIA)

e esse tempo fechado...
todo mundo na janela olhando as nuvens...
e esse ventinho que chega de leve...
a expectativa que aumenta no peito...
o cheiro de terra molhada que quer ser relembrado...
e a gostosura de sentir os primeiros pingos de chuva sobre a cabeça...
olhar para o asfalto e ver o cinza claro se tornar escuro por molhado...
sentir a enxurrada molhar os pés e a barra da calça...
torcer para as lagoas serem cheias...
Ouvir novamente o coaxar da Phyllomedusa escondida entre as folhagens...
tirar da tomada tudo por conta dos relâmpagos...
olhar da sacada da casa a chuva cair em contraste com a luz do poste...
sentir de novo os rios encherem...
e respirar fundo a alegria da sede saciada da terra seca...
o chão rachado umedecido...
matas marrons cobrir-se de um verde estonteante...
o cajueiro e o umbuzeiro que florescem depois da longa sequidão...
e os olhos brilhando refletindo na primeira gota que cai ao chão...
os ouvidos atormentados pelo choque das nuvens carregadas...
a descarga elétrica que clareia toda a escuridão como um flash da câmera de Deus...
que os astronautas no espaço curtam essa imagem...
com uma visão privilegiada das massas de ar e dinâmica do planeta azul...
que eu fico daqui esperando a primeira gota cair...
numa visão esperada ha muito tempo...
tão esperada pra ser vista quanto a terra aguarda ser molhada...
que o tempo não mude Deus bondoso, sacia a sede desse povo
Solta a vida que há na água
e que de fartura seja o nordeste contemplado...
e nesse fim de semana que meu pai diga quando em casa eu chegar...
"Lá na roça choveu muito, comprei milho pra gente plantar"
e nos próximos meses haverá pamonha e mingau, milho cozido e feijão verde farofado...
fim do ano umbu e seriguela
o pardal escondido no ninho
e o cheiro da terra molhada se espalhando por todo lugar
Paciência paciência... deixa a nuvem movimentar...
ainda hoje
essa chuva há de chegar...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

DO QUINTAL DE CASA


Observe o sol se escondendo detrás daqueles morros
E a noite, no quintal, a Lua imensa prateada
Iluminando toda a escuridão.
No quintal o cachorro negro como a noite
Corre de um lado a outro aproveitando sua liberdade noturna.
Céu que em outras terras jamais será igual
Daqui veem-se as estrelas pela luz mais simples
Contemplam-se as cores de cada pôr-do-sol.
Os pássaros são despertadores fiéis pela manhã
Seus cantos nos dizem quando o novo dia chegou.
Rio que banha a terra e corta um mundo
Sobre suas margens histórias e estórias consumadas
O sorriso da criança, o lavar da lavadeira sobre as pedras,
O lobisomem escondido.
Aguas que acompanham um povo
E quando a chuva cai é o máximo sinal de bons tempos.
Terra de valores e talentos que expressam na arte seu grande amor
Dessa terra saíram filhos para outros mundos
Outras terras os adotaram.
Mas há no ano uma época especial
Em que todos os filhos se reúnem
Num gesto único abraçam
A terra da qual são filhos.
A conversa que mais se ouve por aqui
É que a água desse rio tem um estranho composto químico
Seu Antônio Cunha a batizou
E todos que dela bebem
Por aqui deixam raízes
Não importa quanto tempo se afastem
Um dia sempre voltarão e saciarão sua sede
Na terra de um povo amado
No rio de um tal Antônio.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Nova Saudade


Há um tempo falei de um grande encontro em outra estação. O Encontro das irmãs que se abraçavam, pois finalmente uma das que conosco estava foi ao encontro de quem as antecedeu. Falei a respeito da dor da que ficou e das lágrimas derramadas por quem tanto as conheceu. Hoje dia 08/10 às 14 horas e 45 minutos o encontro se completou. A ultima das irmãs alcançou a nova estação e abraçou as demais.
Virginia de Souza Dias, nos documentos 96 anos, na conversa de quem a conheceu, mais de um século. Seus olhos viram o que muitos olhos jamais contemplarão. Eventos e fatos de um século contados na historia do mundo e contemplados por esses olhos que hoje se fecharam. Com eles se fecharam também as histórias de toda uma geração. A geração da primeira Cecília se encerrou nesses minutos e muito de suas lembranças se apagaram.
Com o coração apertado entendemos que esse encontro era esperado, mas o seu sorriso desconhecido no balançar de uma boneca de nossa infância a quem nos últimos momentos ela cuidou como se fosse seu filho, dizendo que a noite nada dormiu, pois o menino chorava com saudade dos pais e em seus braços a boneca encontrou alento, carinho e recosto, nos conquistou e nos braços da sobrinha ela encontrou cuidado, afeto, respeito e abraços.
Dos que a antecederam, ela se lembrou de todos. Da primeira Cecília logo comentou “Miúda não veio me ver, Miúda não está aqui”. Suas confusas lembranças obscurecia seu entendimento e não mais diferenciava a tênue linha que dividia dois mundos. Mesmo não conhecendo os que estavam ao seu lado, segurava nossas mãos com profunda confiança, olhava em nossos olhos e agradecia por cada pedaço de pão que lhe era entregue e se preocupava se a gente mesmo já tinha nos saciado “tu já comeu? Brigado”, às vezes um pedaço do alimento se escondia em sua mão e ela logo dizia “Vou guardar um pedacinho pra mamãe”.
Era um cuidado exagerado, mesmo que alucinado, por uma família, um sangue, um gene qualquer coisa que lhe dizia que era sua parte, seu pedaço. Muitos passaram ao seu lado nesses últimos dias, uma a chamava para tomar banho: “Não vou!”, outra chamava para almoçar: “Não quero!”, mas quando sua parte, seu pedaço se aproximava, ela não sabia quem era, não sabia nome, não sabia gostos, não diferenciava parentesco, mas não tinha dificuldades, a sobrinha dava o banho, almoçava, tomava os remédios e ela ainda dizia: “Ta gostoso. Eu gosto”.
Dizem que ela descansou. Mas quem se cansa de viver? Estava difícil é verdade, sempre pensávamos como ela via a vida, sem saber quem era, sem saber se tinha fome ou sede, quem estava ao seu lado, quais memorias tinha, se revivia essas memorias, ninguém sabia. Mas uma coisa ela deixou claro, quando um dia deitadinha num cantinho da cama ao conversar e contar os casos que ninguém sabia do que se tratava ela disse: “Meu Deus me dá saúde”, era a vontade expressa numa frase, numa petição ao único que podia restaurar seu estado perfeito demonstrando que memorias, sanidade, força, vigor, 96 ou 100 anos ainda é pouco para quem tem uma expressa vontade de continuar a viver.
Um ciclo se fechou. Uma geração que teve seu momento. Hoje o encontro se completa. As irmãs se abraçam, ao lado dos esposos, sob os olhares sempre cuidadosos dos pais. Cabe a nova geração de Cecília continuar essa história, nos genes, nos exemplos, na alegria, na bondade, na hospitalidade tão bem exercida por todas, no afeto familiar, na conversa dos amigos que relembram tão belas historias, nas lágrimas que semeiam um novo inicio, nas Cecílias que ainda virão.
“Ta boa virge?”: “Tô viva”, viva nas memórias, viva nos exemplos, viva nos corações, viva na historia, viva na família, viva nos amigos, viva nos sobrinhos, viva nas lembranças, viva sempre viva. Porque quando alguém tão grandioso vive, esse alguém tão grandioso vive para Sempre!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CONCRETO (TEXTO 02/09/2011 UM TEXTO POR DIA)

Tanta falta faz
tanto olhar faz
tanta coisa faz
tanto choro traz

tanto tempo faz
tanto pranto faz
tanto sonho faz
tanto medo traz

tanto fez
tanto faz
tantos olhares em paz
tantos mundos pra trás



tanto medo traz
tanta dor traz
tanto choro traz
mas tanta coisa faz

RETROSPECTIVA ETICA (TEXTO 01/09/2011 UM TEXTO POR DIA)

profundo, tão fundo
Pensamento estreito
Alma pequena
Mundo imenso

Coração apertado

Mente minuscula
Sonhos medíocres
Planos frustrados

Há os que acreditam
Há os que choram
Há os que brilham
Tambem os que ofuscam

Conhecimento mirrado
Entendimento limitado
Imaginação em branco
Passividade

Alienação constante
Moral deturpada
Valores esquecidos
Ética amarrada

Século XXI
Inteligencia artificial
pisamos na lua
chegamos a marte

Medimos o tempo
Enxergamos o micro
construimos arranha-céus
dormimos tranquilizantes

vivemos num medo
Guardamos segredos
Não temos amigos
Fora de uma tela de vidro

Morremos de medo
Muramos o mundo
Cercamos a vida
Armados no tempo

Fingimos felizes
Choramos escondidos
Não temos tempo
filhos esquecidos

Amparados na dor
Por quem nunca sofreu
Sentimentos amargos
Em quem nunca doeu

Corações mesquinhos
Corrupções de alma
Terra final
Extinção do igual





Restrospectiva completa
de um mundo normal
em que a economia e o dinheiro
sobrepõem a moral!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

MEU ARRASADO MIUNDO (TEXTO 31/08 UM TEXTO POR DIA)


Em 2005 Wilva arrasou o meu mundo
Despedaçou minha vida
Levou parte do meu povo
Afastou minha alegria

Alex foi meu erro
Culpado por grande parte
Sem motivos ou precisão
Matou Virginie pela manhã

Escondido em minhas lagrimas
Passado em minha vida
A 200km/h vê se acredita
Camille fez minha despedida

Como se não bastasse
Meu coração já em pedaços
Não aguentava mais desilusão
Igor passou sem deixar satisfação

A linha central me imunizava
Estava todo protegido
Catarina então veio
E me achou desprevenido

Mas nenhuma dor foi tamanha
Quando olhei meu povo se afogar
As crianças a chorar desconsoladas
Minhas cidades a inundar

Você foi um dos piores
Que arrasou o meu viver
Nas entranhas ficou marcado
Katrina o meu sofrer

Hoje quando pensei estar superando
Negro o céu novamente a se tornar
Corra meu povo corra
Irene vem me atormentar

E me avisam que de hoje em diante
Esse mundo tende a piorar
Já previram Florence, Leslie e Oscar
Bertha, Josephine e Omar

Wilfred ta voltando
Gabrielle vai se formar
Meu Deus o que acontece?
Será que de 2012 vou passar?

CATÁSTROFE (Texto 30/08 UM TEXTO POR DIA)

E esse olhar cheio de lágrimas
a esconder a luz do sol
por detras de tão pouco sentimento
sem se quer prender a atenção

E essa lágrima que nunca escorre
Só atrapalha meu respirar
Perde o chão e o céu
nem sonha nem me deixa sonhar

E esse sol que insiste a brilhar
Sem se importar com a noite que passou
Ou só eu mesmo que importo
Com a escuridão que se findou?

Se meus olhos vissem a luz
Que emana dessa estrela
Apagaria com certeza
Essa dor?

Sentimento vil perdido
Disfarçado num olhar
Que o sol tenta mostrar
Mas lágrima vive a esconder

Ver-te triste é pra mim
A tristeza mais profunda
O instante mais sentido
É a noite mais escura

Nem eu sei como fazer
Se o sol nao esconder
Essa luz me ofuscar
Essa dor que faz doer

Esse som que apavora
Esse medo que devora
Essa noite que não acaba
E esse sol que vai embora

Quando a noite cobre o céu
E o escuro cobre a luz
Rasga-se um véu
E a lágrima reluz

Quero olhos dispostos a chorar
Pelas dores de quem for
Pela noite que passou
Pelo sol que não nasceu

E se um dia eu puder
Chorarei tua tristeza
Porque hoje meu amigo
Choro pela natureza!